terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Apenas Uma Vez


Simplicidade é a palavra-chave para a premissa de Apenas Uma Vez, romance musical indie de 2006: a amizade de duas pessoas que se ajudam mutuamente e acabam se apaixonando. Os diferenciais, que tornam o filme interessante e marcante, são as canções originais e o baixo orçamento, visto pelo uso de câmeras caseiras.

Os protagonistas, sem nomes, são vividos pelos músicos, compositores, cantores e atores Glen Hansard (vocalista e guitarrista da banda The Frames) e Marketá Irglová (que tinha apenas 19 anos quando filmou o longa).

O rapaz é um músico de rua que conserta aspiradores de pó na oficina de seu pai e compõe músicas durante seu tempo livre. A garota é uma jovem imigrante tcheca, mãe de uma menina, que vende flores e limpa casas para ganhar a vida, enquanto toca piano nas horas vagas. Ambos estão em relacionamentos conflituosos: a namorada dele o largou e foi para Londres e a garota deixou seu marido na República Tcheca.


O que há em comum entre ambos é o que os conecta, de início: a música. A execução de Falling Slowly, em dueto, na loja de instrumentos onde a garota costuma tocar piano de graça cria uma ligação forte entre os dois – além de capturar o espectador automaticamente, com a intensidade sentimental com que é cantada.

As bonitas e melancólicas canções do filme (em sua maioria, compostas pelos atores principais, Hansard e Irglová) guiam a história enquanto vemos o dia-a-dia dos personagens e a amizade que surge entre eles. As melhores são a premiada Falling Slowly e When Your Mind’s Made Up, ambas cantadas em dueto pelo casal.

O fato de não ter atores experientes traz uma crueza que combina com o resto do filme. Uma sensação de autenticidade tão forte que é quase como se toda a produção fosse um documentário mostrando a história real de duas pessoas que vão se conhecendo e se tornando mais próximos, um reality show com esses dois indivíduos como atração central.


O principal culpado disso é o diretor e roteirista John Carney, que já é conhecido como especialista em fazer filmes indie de baixo orçamento, com câmeras caseiras se movendo junto dos atores ou paradas na rua, num plano aberto, como as câmeras escondidas dos programas de pegadinhas da televisão.

Os diferenciais também são, em parte, seus inimigos. Mesmo com a curta duração de 85 minutos, o filme é bem cansativo e entediante em alguns momentos. As imagens do cotidiano dos personagens, ou simplesmente de um deles andando numa rua, ao som de algumas das músicas lentas (que parecem durar o dobro do tempo real, se não forem apreciadas) podem ser um potente sonífero dependendo do humor do espectador.

Apenas Uma Vez, mesmo exigindo paciência, mostra um romance doce e complicado que é facilmente identificável – e quem gosta de música já será capturado assim que assistir à intensa performance de Falling Slowly, canção merecedora de todos os prêmios que recebeu.

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Once, 2006

Gênero: Drama, Musical, Romance
Diretor: John Carney
País: Irlanda
Duração: 85 min
 
Nota: 7,5



domingo, 4 de dezembro de 2011

Comentando Trailers: Jogos Vorazes, John Carter e Branca de Neve e o Caçador

Sempre pensei em fazer posts comentando trailers, para movimentar o blog, já que escrever críticas não é algo tão rápido. Então aqui vai o primeiro, com três filmes de 2012 que parecem ser bem divertidos. Recomendo que todos os trailers sejam assistidos em HD e tela cheia, para melhor apreciação. Clique no pôster para assistir ao trailer.

Jogos Vorazes
Estreia: 23 de março de 2012


Li o primeiro livro da série essa semana e estou honestamente viciado. Assisti ao trailer assim que terminei o livro, tamanha a ansiedade. E não me decepcionei. Claro que estranhei o Lenny Kravitz e coisas que eram diferentes nas descrições do livro e na minha imaginação, o que sempre acontece com adaptações cinematográficas de livros.

No entanto, a edição do trailer é perfeita: introduz a protagonista e a história resumidamente e termina com um cliffhanger instigante. Tudo muito bem feito. Se for fiel ao livro, será um filme maravilhoso. Pelo que é visto no trailer, alguns detalhes me incomodaram, mas não devem afetar a quem não leu o livro. São mudanças toleráveis. Contanto que não haja mudanças drásticas na história, o filme será incrível. Mal posso esperar para assistir.



John Carter

Estreia: 9 de março de 2012


Baseado em livros e HQs que não li, do começo do século XX, John Carter parece ser um blockbuster divertidíssimo. O trailer está bastante instigante, para mim. Efeitos lindos pra ilustrar uma fantasia sci-fi e, aparentemente, com boa ação, do jeito que eu gosto. Fico curioso com a história, como o John Carter vai parar em Marte e tudo o mais, que não é explicado no trailer. Mas parece ser o tipo de filme que eu vou curtir de qualquer maneira, mesmo sem verossimilhança. Absurdos podem ser interessantes.

Branca de Neve e o Caçador
Estreia: 1 de junho de 2012


Reimaginação do clássico conto de fada. Efeitos visuais bonitos (destaque pro Espelho e os corvos, que realmente me empolgaram), música adequada pro clima de ação do trailer e Charlize Theron, que parece estar ótima como a vilã da história. Os figurinos estão caprichados também. Estou otimista com esse filme, mesmo com a insossa Kristen Stewart no papel principal. Promete ser bom e outro filme cheio de absurdos que vão me entreter bastante. O gênero fantasia é uma delícia.

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Se os três filmes fizerem jus aos seus trailers, me divertirão muito no ano que vem. Em especial, Jogos Vorazes, por qual eu estou (atenção para o trocadilho patético) vorazmente aficcionado.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Batman: Ano Um


Num momento em que a DC Comics estava reconstruindo a imagem de seus principais personagens, para introduzi-los ao público jovem, Frank Miller e David Mazzucchelli escreveram e desenharam, respectivamente, a minissérie Batman: Ano Um, recontando o primeiro ano de Bruce Wayne como Batman. Agora, o clássico foi adaptado pela Warner Bros., que já vem produzindo, há anos, histórias do Universo DC em longas animados para home video.

Na trama, o playboy Bruce Wayne acaba de retornar à sua cidade-natal, Gotham, após uma série de viagens. Ao mesmo tempo, chega à cidade o tenente James Gordon, vindo de Chicago, com sua esposa grávida, para integrar a força policial de Gotham.

Gordon é um policial extremamente honesto que se vê em meio a mais pura corrupção, a qual tenta combater como pode. Frustrado por viver numa cidade tão violenta e sem esperança, prestes a entregar o próprio filho para esse mundo, o drama de Gordon é o mais interessante do filme.


Bem sucedido no drama de Gordon, mas nem tanto no do homem-morcego. Bruce tem o plano de combater o crime. Após uma tentativa equivocada, ele se senta de frente para o busto de seu pai e clama por indicações de qual caminho seguir.

Em seguida, vemos um flashback sem emoção da morte do Sr. e Sra. Wayne. O último toque de inspiração quebra a janela do cômodo em que Bruce estava e pousa sobre o busto. E, assim, surge Batman – que em sua próxima cena já aparece correndo por Gotham com seu traje.

O filme mantém a falta de profundidade no super-herói até o fim, dando mais destaque ao tenente Gordon – o que não é de todo mal, já que ele é um personagem importante em toda a franquia, mas se tratando de uma história sobre a origem do super-herói, esperava-se mais foco nele e seu amadurecimento em seu primeiro ano de atuação contra o crime.


Também é interessante a breve participação da Mulher-Gato, Selina Kyle, e sua origem como prostituta que se inspira em Batman para costurar seu traje e se tornar uma ladra.

Como se já não bastasse a falta de destaque do personagem-título, a voz que ele ganhou nessa adaptação também não foi bem escolhida. Ben McKenzie (o eterno Ryan de The O.C.) parece não ter se esforçado como deveria na carga dramática do personagem, além de sua voz não ser o mínimo de grave que qualquer fã dos filmes de Christopher Nolan espera.

No geral, a dublagem dos demais personagens é competente. A voz de Bryan Cranston (Drive, Breaking Bad) combina como uma luva para James Gordon, enquanto Eliza Dushku (Dollhouse) dá o tom sensual e vulgar que a Mulher-Gato da história deve ter.


Com uma animação bonita e fluida, a trama madura de Batman: Ano Um – que teve imensa influência sobre Batman Begins e O Cavaleiro das Trevas e é considerada uma das melhores HQs de todos os tempos – recebeu uma adaptação fiel que, sem dúvida, vai agradar os fãs de um dos super-heróis mais impressionantes já criados.

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Batman: Year One, 2011
Gênero: Ação, Animação, Super-herói
Diretores: Lauren Montgomery e Sam Liu
País: EUA
Duração: 64 min
 
Nota: 7



segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Os Agentes do Destino


Imagine que uma organização manipula a vida de todos os seres humanos, minuciosamente, seguindo livros com o plano completo da vida de cada pessoa. Em Os Agentes do Destino, isso é real.

Candidato ao Senado americano, David Norris (Matt Damon) conhece a atrevida bailarina Elise Sellas (Emily Blunt) num banheiro público masculino, durante momento decisivo da eleição ao Senado. Esse encontro faz David tomar atitudes políticas inesperadas – ou exatamente planejadas pelos "Agentes do Destino".

O casal se reúne novamente, ao acaso, contra os planos da Agência, que logo tenta separá-los. David se recusa a desistir de Elise e tem de enfrentar o próprio destino para ficar com ela.
 

O conceito de uma organização de criaturas iguais a homens (pois deixam claro que não são humanos) controlando as nossas vidas é difícil de engolir – principalmente quando vemos o “acaso” insistentemente unindo o casal que o “destino” tanto quer separar.

No entanto, o coração do filme é o casal protagonista. O carisma e a química entre Damon e Blunt são a essência do filme e sustentam a trama controversa e de difícil digestão com eficácia. 

Ao som de uma trilha empolgante e envolvendo portas imprevisíveis, as perseguições – sejam dos agentes atrás de David ou de David atrás de Elise – são o segundo ponto alto do filme.


George Nolfi é competente na direção, mas pouco ousado. No roteiro, baseado no conto Adjustment Team, do escritor Philip K. Dick, Nolfi faz um trabalho interessante acrescentando o romance e o mistério que aguça a curiosidade a todo instante. 

As explicações e desfecho são decepcionantes, mas não chegam a destruir o mérito de tudo o que vem antes. Porém, fica claro que Os Agentes do Destino poderia ser um filme mais poderoso e marcante nas mãos de um cineasta mais criativo (Christopher Nolan, por exemplo).

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The Adjustment Bureau, 2011
Gênero: Romance, Ficção Científica, Thriller
Diretor: George Nolfi
País: EUA
Duração: 106 min
 
Nota: 6,5


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Drive


Sem sombras de dúvida o filme mais estiloso do ano (não que eu tenha assistido a todos os filmes do ano), Drive apresenta uma estética que mistura neo-noir, indie e gore com primor pelo criativo diretor Nicolas Refn (Bronson, Valhalla Rising).

“Diga a hora e o lugar e te dou 5 minutos. Aconteça o que acontecer nesses 5 minutos, estou à disposição. Seja o que for. Mas o que houver após esses 5 minutos, está por sua conta. Entendeu?”. O protagonista sem nome (Ryan Gosling), mais conhecido como Driver (motorista, em português), é um dublê de Hollywood, mecânico na oficina do Shannon (Bryan Cranston) e, de vez em quando, transporta ladrões da cena do crime para um lugar seguro, com as condições da citação acima.

Essa é somente a base inicial que o filme apresenta do personagem. O enredo vai sendo tomado por intensidade e tensão gradativamente, até o fim, enquanto o protagonista revela sua personalidade.


Mesmo sendo quieto e durão, o motorista cria laços profundos com sua vizinha Irene (Carey Mulligan) e o filho Benicio (Kaden Leos), cujo pai está na prisão. A harmonia dessa “nova família” é quebrada pelo retorno do pai de Benicio, Standard (Oscar Isaac), homem arrependido por seu passado criminoso.

Ele é ameaçado por conta de uma dívida com gangsteres e põe sua família em perigo. Sem hesitar, o protagonista se dispõe a ajudá-lo. Por ordens, Standard deve roubar uma loja de penhores com o auxílio de Blanche (Christina Hendricks), enquanto o Driver o ajudará a escapar. Contudo, o plano falha traiçoeiramente e daí em diante o motorista dirige por uma estrada infernal e sanguinária.

Na teoria, a premissa não tem muitas novidades ou inovação, mas o mistério e a estética do filme vão envolvendo a trama numa aparente complexidade que nos captura.


Excelente como sempre, Ryan Gosling vive o protagonista icônico, clara homenagem aos heróis valentes e durões de filmes antigos, como os faroestes de Clint Eastwood. Trajando sua marcante jaqueta com um escorpião amarelo estampado nas costas, o personagem revela ser tão corajoso quanto qualquer super-herói. Sua motivação é o amor por Irene e Benicio – nada mais justo, honesto e humano do que o amor como motivo para um ser humano “se tornar um herói” (entre aspas, pois não se transforma no que já se é). Ele usa sua habilidade inigualável no volante como arma, escudo e pernas.

O romance entre os personagens de Gosling e da talentosa Mulligan é doce e delicado, assim como a química sutilmente forte que há entre os dois. Em geral, as atuações estão impecáveis e carregam perfeitamente o enredo sombrio do filme. Nenhum personagem é estereotipado ou caricato; todos têm consistência e complexidade, como todo ser humano real.

A originalidade de Refn está pulsante em Drive. A atmosfera oitentista e entorpecente, por si só, já faz o filme se sobressair no gênero ação. O diretor dinamarquês, que faz sua estreia numa produção norte-americana, coloca uma câmera no banco de passageiro, do carro conduzido por Ryan Gosling, e desvenda as ruas de Los Angeles, totalmente desconhecidas por ele. A câmera usada na frente ou na traseira do carro, como se fosse a visão do motorista, dá um toque especial para as cenas de fugas.

 

A iluminação do filme é crua e natural, o que ajuda na imersão do espectador. Uma bela exceção é o beijo desesperado no elevador, no segundo ato do filme, em que Refn brinca com a iluminação combinando com o impacto da cena.

Baseado num livro de 160 páginas de James Sallis, o roteiro escrito por Hossein Amini “linearizou” a narrativa cheia de flashbacks e saltos no tempo de Sallis, com exceção de alguns momentos em que o breve futuro (ou passado?) se intercala com o presente – tudo muito bem executado por Refn.

Drive tem mais violência do que aparenta. Uma ação visceral surpreendente para quem ainda está com a imagem do motorista na margem de um riacho, com Benicio e Irene, quente na memória.


A ótima trilha sonora de Cliff Martinez é composta de um synth-pop inquietante e retrô, que só cessa para dar lugar ao ronco dos motores dos carros. Destaque para a canção “A Real Hero”, a mais marcante do filme, cujo refrão remete perfeitamente ao protagonista sem nome. “And you have proved to be a real human being”. “A real hero, real human being”. Poucas trilhas sonoras são tão importantes para climatizar um filme como essa.

Aliás, o retrô não está só nas músicas: está no filme inteiro. A trilha, os carros, os locais e até a tipografia da abertura criam um clima que torna a época do filme indistinguível. Os produtores tiveram até o cuidado de evitar que prédios novos aparecessem no filme – apenas as tomadas aéreas mostram os arranha-céus de L.A., nos lembrando que o filme se passa no século atual.

Nicolas Refn é um dos diretores mais criativos da atualidade e, importante, sabe executar seu talento com eficiência. Drive é a prova concreta disso: um thriller melancólico, instigante, brutal e tocante, de primeira qualidade.

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Drive, 2011
Gênero: Ação, Thriller, Drama 
Diretor: Nicolas Winding Refn
País: EUA
Duração: 100 min

Nota: 10


sábado, 1 de outubro de 2011

Amor, Sublime Amor


Em 1961, Amor, Sublime Amor colocou o gênero musical num novo patamar por integrar, de maneira inédita no Cinema, a dança e a música como forma de narrativa.

Adaptado do musical de 1957, da Broadway – que por sua vez é adaptado fielmente da tragédia Romeu e Julieta, de William Shakespeare – o filme aborda o romance proibido entre o ex-líder dos Jets, Tony (Richard Beymer), e a imigrante porto-riquenha irmã do cabeça dos Sharks, Maria (Natalie Wood). As duas gangues travam uma guerra pelo domínio das ruas de Nova Iorque, na década de 50.

O filme faz críticas importantes sobre a violência impulsiva das gangues e o racismo com imigrantes latino-americanos, especialmente para a época em que foi feito. Tenente Schrank (Simon Oakland) é um policial claramente preconceituoso que diz querer a paz das ruas, enquanto apóia os Jets e até se solidariza para ajudá-los a dar um fim nos Sharks. Enquanto isso, a gangue de imigrantes exprime seus sentimentos através da música “America”. “Compra a crédito é tão bom”, “um olhar para nós e eles cobram o dobro”. “A vida é boa na América”, “se você é branco na América”.


Com letras do aclamado compositor Stephen Sondheim, as músicas de Amor, Sublime Amor divertem e emocionam expressando os sentimentos de seus enunciadores. Os fãs do gênero se satisfarão com a riqueza de números de dança e música, todos devidamente amarrados ao enredo – característica essencial de um bom musical.  

Clássico na Europa e, principalmente, nos Estados Unidos, o gênero musical nunca teve tal popularidade no Brasil. Para quem não está acostumado, fica difícil de acreditar em um mundo em que todas as pessoas cantam e dançam bem e a todo o momento, sem razão aparente, ao som de instrumentos invisíveis – ao menos na tela do cinema, pois é facilmente crível no seu palco de origem, o teatro.


O roteiro tem sucesso ao transportar Romeu e Julieta para a Nova Iorque dos anos 50, porém o drama não é executado com o peso de uma tragédia. Na metade do segundo ato, Maria perdoa Tony com tal rapidez que só colabora para a inverossimilhança do filme, que, até aí, se limitava aos números musicais e à ausência de sangue – afinal, logo nos acostumamos à teatralidade das interpretações e performances musicais.

A falta de peso é sentida principalmente na cena final, onde não apenas o roteiro, mas as atuações também deixam a desejar. Todos haviam sido (teatralmente) competentes por todo o filme, até que Beymer (Tony) falha ao passar a emoção necessária no clímax da história e entrega um desfecho fraco para o clássico.

Amor, Sublime Amor é um merecidamente um clássico por sua importância para o gênero e pela crítica que faz à mentalidade preconceituosa do norte-americano numa época em que negros, índios e latino-americanos eram, por lei, considerados seres inferiores, nos Estados Unidos. Mas deixo uma dica: quem nunca assistiu a um musical e quer ingressar neste gênero, não deve começar por Amor, Sublime Amor. Recomendo um musical pós-moderno, como Rent – Os Boêmios ou Canções de Amor.

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West Side Story, 1961
Gênero: Musical, Drama, Romance 
Diretores: Robert Wise, Jerome Robbins
País: EUA
Duração: 152 min

Nota: 7

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Transformers: O Lado Oculto da Lua


O absurdo visual que permeia os filmes de Michael Bay (Bad Boys, A Ilha, Pearl Harbor) está mais forte do que nunca em Transformers 3. Tomadas aéreas, prédios desmoronando, explosões, robôs gigantes, faíscas, metal voando, tiros, tomadas aéreas, robôs gigantes atacando, tomadas aéreas, mísseis, explosões, faíscas, lâminas, tomadas aéreas, robôs gigantes se destruindo, explosões, vidros se estilhaçando, faíscas, tomadas aéreas, tiros, mísseis, explosões – elevado a terceira potência.

Fãs da franquia já sabem que é isso o que encontrarão e é isso o que querem ver. Porém, toda essa ação demora a aparecer, e até lá o espectador tem de aguentar cenas pseudo-engraçadas com o protagonista Sam Witwicky e outros personagens pouco relevantes na batalha que pode resultar no fim da humanidade. 

Enquanto vemos Sam vivendo com sua nova namorada, sendo alvo de deboche de seus pais por não ter dinheiro ou emprego e tendo seu orgulho artificialmente abalado pelo chefe de sua namorada, acompanhamos o início da trama dos robôs extraterrestres: a descoberta de que uma nave de Cybertron caiu no lado oculto da lua na década de 60, contendo o líder predecessor dos Autobots, Sentinel Prime, desacordado, e uma arma tão poderosa que poderia, por si só, decidir a longa guerra entre Autobots e Decepticons.
 

O ponto forte da película são os efeitos visuais, incontestavelmente impressionantes, e a ação exagerada típica de Michael Bay. No entanto, essas “qualidades” (entre aspas, pois o excesso de explosões e faíscas de Bay chega a incomodar) só podem ser vistas na última hora (das longas e desnecessárias duas horas e meia) do filme. 

A história completa dos robôs de Cybertron poderia ser exibida em uma hora, no máximo, mas o terrível roteiro de Ehren Kruger (A Chave Mestra, O Chamado, Os Irmãos Grimm) dá grande espaço ao irritante protagonista Sam Witwicky, interpretado por Shia LaBeouf e sua composição forçada e irreal, em cenas sem nenhuma relevância, sozinho ou com o romance vazio e nada convincente com Carly, vivida por uma modelo da Victoria’s Secret, Rosie Huntington-Whiteley. Sam é o artifício usado por Bay e Kruger para humanizar a produção, fazendo com que o espectador se identifique, mas nada justifica a presença insuportável de LaBeouf neste péssimo personagem por tanto tempo na tela.
 

De bônus, ainda há o excelente ator John Malkovich em mais um papel ruim para incluir em seu extenso currículo de papéis ruins e Ken Jeong, cujo problema é interpretar o mesmo personagem em todos os filmes e séries que participa.

É difícil se apegar aos personagens-título. Afinal, são carros que se transformam em robôs. Suas vozes passam pouca emoção e a ausência de expressões faciais não colabora. Assim, o único argumento para torcermos por eles é o de que são heróis e estão apoiando e protegendo os humanos. Soa pouco e falso para uma franquia tão inverossímil como Transformers

No fim, não há efeito especial e 3D da melhor qualidade que compense um péssimo roteiro, atuações e personagens.

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Transformers: Dark of the Moon, 2011 
Gênero: Ação, Aventura, Ficção Científica 
Diretor: Michael Bay
País: EUA 
Duração: 157 min 

Nota: 2


 

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Os Irmãos Grimm


Esqueça toda a graciosidade que a Disney e os livros infantis mostraram. Em Os Irmãos Grimm, os contos de fadas são assustadores e reais – e nada infantis. Quando criança, vivendo na miséria e com sua irmã gravemente doente, Jacob Grimm vende a vaca da família em troca de feijões supostamente mágicos e é reprimido por seu irmão, Will. Te lembrou algo?

Quinze anos mais tarde, os dois irmãos são famosos por expurgar bruxas e outras lendas populares que frequentemente atacam povoados – exceto que é tudo uma grande montagem: os Grimm usam a lábia de Will e o conhecimento de Jacob sobre fábulas para forjar os ataques e cobram dinheiro dos chefes das vilas para “expulsá-las”.

Logo eles são desmascarados pelo exército francês, dominantes da Europa, na época, que os obrigam a investigar o caso real do misterioso desaparecimento de meninas numa vila alemã. Na aventura, o ceticismo de Will é posto em prova quando árvores se movem, sapos indicam a saída da floresta e as fábulas se tornam reais.
 

Não assista a Os Irmãos Grimm se estiver à procura de ação ou aventura, pois o foco é comédia e fantasia. O humor pitoresco – remanescente de Monty Python – de Terry Gilliam (Brazil, Medo e Delírio, Os 12 Macacos) está presente em cada cena, mesmo as mais monstruosas. Quando a pequena Sasha tem seus olhos, nariz e boca roubados por uma criatura lamacenta, as reações do espectador alternam entre espanto e riso.

Conforme a história vai avançando, vemos menções a fábulas velhas conhecidas. Além dos feijões mágicos do início do filme, há uma garota de capa e chapéu vermelhos, um lobo mau, um lenhador, um casal de crianças jogando migalhas de pão na floresta para achar o caminho de volta para casa, uma rainha má, uma bela mulher com longas tranças presa numa torre alta no meio da floresta, entre outros mais sutis que criam uma aura de nostalgia em volta do filme.

Os personagens-título têm caráter duvidoso e ofendem um ao outro frequentemente, mas esbanjam carisma por conseguir fazer o amor incondicional, latente, que há entre eles um sentimento verossímil e sempre presente. Matt Damon e Heath Ledger estão impecáveis.
 

Terry Gilliam é famoso por seu estilo único e imaginativo de dirigir e escrever. Seu estilo é parecido com o de Jean-Pierre Jeunet (de Ladrão de Sonhos e Delicatessen), totalmente inventivo e nonsense, na direção e no texto.

O roteiro de Ehren Kruger, mesmo inventivo, empolga pouco e carece de tensão: em nenhum momento temos a sensação de que há um perigo real ameaçando os protagonistas. A trama também carece de uma resolução criativa, como o resto do filme propunha.

Os Irmãos Grimm transforma os próprios criadores dos contos de fadas em personagens de uma fábula. Mesmo com suas falhas, é sempre um deleite assistir a experiências cinematográficas atípicas e divertidas, como as produções de Terry Gilliam.

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The Brothers Grimm, 2005
Gênero: Aventura, Comédia, Fantasia 
Diretor: Terry Gilliam 
País: EUA/República Checa/Reino Unido 
Duração: 118 min
  
Nota: 7


domingo, 25 de setembro de 2011

Especial: Os futuros Vingadores


Os Vingadores tem estreia marcada para 27 de abril de 2012, mas a ansiedade já está me incomodando. Resolvi fazer um post especial com pequenas resenhas dos filmes individuais desses super-heróis. Já deixo claro que nunca li nenhuma HQ de nenhum dos super-heróis dos filmes resenhados aqui, portanto levem isso em consideração.

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Homem de Ferro (2008)


O mais bem sucedido dos filmes dos futuros Vingadores, Homem de Ferro também é o mais cômico e divertido. Tony Stark é um super-herói atípico: um multimilionário mulherengo, irresponsável e egocêntrico. O amadurecimento de sua personalidade é muito bem feito na tela e Stark realmente se torna um herói aos olhos do espectador; o mais estiloso dos quatro Vingadores, diga-se de passagem. O design da armadura vermelha e dourada é bonito, os efeitos de vôo e movimento são incríveis e as sequências de ação, apesar de poucas, são empolgantes.

Compensando a escassez de ação, estão as excelentes atuações de Robert Downey Jr, o Tony Stark perfeito e insubstituível, Gwyneth Paltrow, como a adorável e fiel Pepper Potts (melhor namorada das quatro dos Vingadores), e Jeff Bridges, o cruel Obadiah Stane, vilão que se torna o Monge de Ferro com o protótipo de armadura criado por Stark.

Nota: 8



O Incrível Hulk (2008) 


O mais recente filme do Incrível Hulk traz um protagonista estranho e sem carisma, tanto como o Bruce Banner do Edward Norton ou como o brutamonte verde de computação gráfica. O começo do filme, com Bruce na América Latina fugindo do General Ross, chega a incomodar com personagens falando português erroneamente e de forma artificial. Outro problema é o mistério desnecessário com a forma do Hulk, que teve uma primeira aparição chata em que só se via vislumbres da criatura em meio à escuridão e destruição e ao som de gritos e urros, como num filme de terror. As piadas com os batimentos cardíacos e as calças de Banner são tão frequentes que se tornam irritantes. 

Os pontos positivos do filme são Betty Ross (Liv Tyler) e Emil Blonsky (Tim Roth). A pouca química que há entre Bruce e Betty, e toda a emoção que há entre os dois, só é transmitida pela boa atuação de Liv Tyler. Enquanto isso, a fascinação pelo poder resultante dos raios gama do vilão Emil Blonsky provém alguns dos melhores momentos do filme.

Talvez com um prólogo maior para dar contexto e apresentar mais eficientemente os personagens e a trama, o Norton como Bruce Banner poderia até nos fazer torcer pelo personagem.

Nota: 4



Homem de Ferro 2 (2010)


Homem de Ferro 2 cumpre o que toda continuação deveria: mantém todas as qualidades e supera as fraquezas do anterior. Seis meses após os acontecimentos do primeiro filme, o mundo todo conhece o Homem de Ferro, ídolo da população norte-americana, e isso atrai inimigos: Justin Hammer, dono de uma empresa rival da Stark Industries, e Ivan Vanko, cujo pai havia trabalhado com Howard Stark, pai de Tony, e não recebeu crédito por colaborar com a criação do reator de arcos usado no traje do Homem de Ferro.

Com dois vilões em cena, a consequência é mais ação. Vanko (Mickey Rourke) usa tecnologia semelhante à do Homem de Ferro e assusta o mundo inteiro. Hammer (Sam Rockwell) se alia à Vanko, financiando a criação de armas ainda mais perigosas contra Stark. A última sequência de ação é longa e de tirar o fôlego.

Pra quem se pergunta por que a mesma nota, o primeiro filme tem um feeling único por dar uma origem bem construída ao herói, além do fator novidade, e mostrar drama superior ao do segundo.

Nota: 8



Thor (2011) 


O mais fantástico e visualmente impressionante dos filmes dos futuros Vingadores, Thor mistura mitologia nórdica e magia com o universo dos super-heróis, uma combinação estranha, mas que funciona muito bem na prática. O protagonista tem história parecida com a de Tony Stark: é arrogante e egocêntrico no início, mas passa por experiências que o ajudam a amadurecer e rever suas atitudes. No caso deste, o amadurecimento vem com a vivência na Terra, como humano, após ser banido de Asgard – Thor se apaixona por Jane Foster (Natalie Portman), cientista que o socorre, e aprende uma lição de humildade imposta por seu pai, Odin, necessária para recuperar seus poderes. Teoricamente é interessante, mas a mudança da personalidade de Thor é brusca e pouco convincente na tela, assim como o amor repentino entre ele e Jane.

As batalhas encantam graças aos caprichados efeitos especiais. Os poderes dos Gigantes do Gelo, Thor girando o estrondoso Mjolnir e invocando relâmpagos, os raios mortais do Destruidor e a estonteante Bifrost enchem os olhos de empolgação, como todo filme de super-herói deveria fazer.

O elenco tem grandes nomes, como Anthony Hopkins, Rene Russo, Stellan Skarsgard e a já citada Natalie Portman. Além do ator Chris Hemsworth, que se entregou ao papel e fez um ótimo trabalho como o Deus do Trovão, e Tom Hiddleston, que está igualmente bem como Loki e divide o melhor drama do filme com o consagrado Anthony Hopkins.

Pessoalmente, é o meu favorito dos cinco filmes. Sempre fui fascinado pelas mitologias grega e nórdica, e os efeitos visuais de Thor, incluindo a arquitetura e cultura de Asgard, são deslumbrantes.

Nota: 8



Capitão América: O Primeiro Vingador (2011) 


Hollywood conseguiu: Capitão América é o mais carismático dos quatro Vingadores do cinema. Steve Rogers (Chris Evans) é o modelo perfeito de um super-herói. Apesar de sofrer bullying por seu corpo magricela e baixa estatura, sempre exibiu bondade e coragem descomunais. E continuou com as mesmas virtudes após se tornar o robusto Super Soldado, Capitão América. Seu romance com a agente Peggy Carter (Hayley Atwell) é o mais delicado de todos os dos quatro super-heróis.

Porém, o resto do filme não faz jus ao seu protagonista. A ação é o ponto mais fraco. Sempre que uma sequência de ação está prestes a empolgar, termina. Faltaram criatividade e impacto nos confrontos e momentos dramáticos. O vilão, Caveira Vermelha (Hugo Weaving), tem a personalidade forte que se espera de um vilão nazista, mas foi mal aproveitado e teve uma derrota decepcionante. Além disso, a trama envolvendo a arma dos deuses ficou extremamente confusa e, provavelmente, só fará sentido ao assistirmos Os Vingadores.

Nota: 6

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Agora é esperar para ver como eles se saem juntos.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

C.R.A.Z.Y - Loucos de Amor


C.R.A.Z.Y apresenta a família Beaulieu, que vive na Quebec dos anos 60 e é composta de sete membros. O pai, Gervais, tenta ser um excelente exemplar de macho alfa – machista e imperativo –, e até que desempenha muito bem o papel, mas o grande coração que tem o faz amolecer vez ou outra. A mãe, Laurianne, é o tipo clássico do imaginário de todos: amável, cristã fervorosa (ok, isso talvez não seja do imaginário de todos) e se preocupa mais com os filhos do que consigo mesma. O casal tem cinco filhos; todos homens.


Christian, o primogênito, é um leitor compulsivo, do tipo que lê caixa de cereal e rótulo de ketchup, se é isso que está mais próximo dele. Raymond, o segundo filho, é um bad boy junkie que só não leva bronca do pai por orgulhá-lo saindo com todas as garotas da cidade. O irmão do meio e esportista da família é Antoine, famoso por suas poderosas e indecentes flatulências.


E, finalmente, chegamos ao protagonista do filme: Zachary. Para a emoção de sua mãe, Zac nasceu em pleno Natal. Para o seu próprio tédio, Zac frequenta a Missa do Galo todo ano. Para a ira de seu pai, o pequeno Zac tem estranhas tendências maternais – diverte-se empurrando um carrinho de brinquedo e, mais tarde, o carrinho de bebê do seu irmão caçula, Yvan.


Mais ovelha negra do que já pensava ser, na adolescência, Zac descobre sua homossexualidade e se esforça para negá-la, ao menos conscientemente. Ele recusa sua sexualidade, não aceita a si mesmo e chega a arriscar sua vida em testes de fé com o objetivo de “se curar” (mesmo dizendo ter se tornado ateu). Mas C.R.A.Z.Y é um filme que explora o significado de família; aceitação da homossexualidade é apenas o drama central escolhido pelo roteiro para tratar das relações familiares. A preocupação intensa de Laurianne a faz acordar de madrugada com a certeza de que seu filho está em apuros. A preocupação pela masculinidade dos filhos e honra da família tornam Gervais um homem rígido e autoritário.


Raymond é o membro mais problemático da família: é dominado pelas drogas, pelo sexo e não tem respeito por ninguém. Os outros irmãos têm pouco destaque, mas são essenciais para o equilíbrio dos Beaulieu. Sem Christian, Antoine e Yvan para apartar a briga entre Zac e Raymond, afagar a mãe aflita e encher o pai de orgulho, os Beaulieu seriam tristes e viveriam numa guerra constante. Todos têm uma razão para estar ali.


As atuações são deliciosas de assistir, especialmente de Marc-André Grondin, o intérprete de Zac. Ele está à vontade e em plena eficiência das cenas mais engraçadas até as mais dramáticas, só de cueca e em todas as mudanças de visual e estilo que o personagem passa durante as décadas de 70 e 80. Michel Côté (Gervais) é rígido no ponto certo, nada forçado, e sempre diverte com as imitações de Charles Aznavour (o Roberto Carlos da França). Danielle Proulx (Laurianne) é a mãe que todos queriam ter. Por fim, Pierre-Luc Brillant merece menção por ser um Raymond detestável e charmoso, cada qual em seu tempo. Detestável sempre, na verdade.


A trilha sonora é formada por músicas da época, como o hit country de Patsy Cline, responsável pelo título do filme, Crazy. As cenas ao som de Sympathy for the Devil, dos Rolling Stones, e Space Oddity, do David Bowie, são marcantes.


Jean Marc-Vallée faz o filme fluir num ritmo envolvente, dando contexto e tempo para nos apegarmos aos personagens da história, graças ao seu roteiro bem construído, com bons timings para as passagens de tempo, e à sua direção segura, que executa habilidosamente esse roteiro detalhado e emocional. Sua única falha visível é a última cena, que deveria ser maior e mais rica de conteúdo.


Numa linha tênue de leveza e intensidade, o filme é hilário, sensível e pode (e deve) ser assistido por pais, mães, avôs, avós e adolescentes, juntos. Em família, garanto que todos vão parar e olhar em volta, pensando e avaliando seus relacionamentos. Não há como ser indiferente à C.R.A.Z.Y.

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C.R.A.Z.Y, 2005  

Gênero: Drama
Diretor: Jean-Marc Vallée
País: Canadá
Duração: 127 min 

Nota: 10


terça-feira, 20 de setembro de 2011

Me falaram pra fazer um post de inauguração do blog

Bem-vindo, estranho.

Se você é realmente um estranho, não deve saber que eu sou estudante de jornalismo. Planejo trabalhar com jornalismo cultural – mais precisamente escrever sobre filmes. Ou não. Sempre mudo de ideia com o tempo, impossível ter certeza dos meus objetivos até o final do curso.

O blog será uma base de treino para a minha escrita e habilidade de escrever textos e críticas sobre filmes. Por isso, espero que me critiquem via comentários, senão não saberei se estou escrevendo ouro ou merda. Talvez bronze, que parece ouro sujo de merda. Se for bronze, as críticas vão me ajudar a limpar a merda que tá sujando o meu ouro. Ok? Ok.

Confiram o meu perfil no Filmow pra conhecer um pouco do meu gosto pra filmes.

  PS: Eu nem gosto de pipoca, mas não podia desperdiçar o trocadilho. Que, aliás, foi ideia da Pat.